domingo, 20 de maio de 2012



Eis que nos olhos infantes brilhou uma dúvida aterrorizante. Procurou então seu amor mais ingênuo e diante dele perguntou-lhe aquilo que dentro de si borbulhava incompreensivelmente: “amor meu, responde pra mim: é possível amar de qualquer jeito, de qualquer maneira, sob qualquer forma?” E, então, seu amor puro respondeu: “sim, meus olhos. É possível.”. Esses olhos amedrontados não compreenderam tal resposta. Os pequenos olhos carregavam consigo o peso da ditadura do amar imposta pelo estranho, pois um dia disseram a eles que amar era determinado por lei, por uma norma gélida de sentir.  Ao perceber a cor dos olhos se perder e o medo surgir, o amor com carinho lhe disse: “Fique tranquila meus olhos, pois só agora estas aprendendo a ver.” 

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